Estou-me a afogar.
Num imenso mar de esgotos gerado pela hipocrisia cega de aqueles que não me conhecem.
Já desisti de me esforçar por me manter à tona.
De nada me ajudou o sangue derramado nos pulsos.
Perdi o meu respeito próprio por aqueles que o próprio respeito cedo os abandonou.
Recordo-me disto.
Será esta a prometida ascensão final ?
A merda que me enche as veias até a sua saturação, esteve sempre comigo ?
Ou só agora fez a sua aparição ?
Qualquer das maneiras, continuo a descer, puxado por sereias que me contam doces mentiras.
Prefiro negar a verdade amarga e acreditar numa doce mentira, menos dolorosa.
Estou quase a perder os sentidos, prefiro a fuga fácil, para quê esticar o braço já putrefacto, pedir socorro e adiar o inevitável ?
Algures, acima de tudo, alguém chora o afogado e mais gotas de urina se juntam as que de tantos tão facilmente foram derramadas.
E tudo é esquecido.
Para quê relembrar a mentira que se viveu quando é tão fácil viver-se outra ...
quarta-feira, abril 19, 2006
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